sábado, 7 de janeiro de 2012

Tem coisas que não cabem em uma folhinha de papel.


Nunca vesti 38, aos dezessete ainda tento me equilibrar em salto alto, não leio revistas de moda tampouco matérias sobre dieta, prefiro suco de laranja gelado ao invés de vinhos caros e antigos, há coisas que eu realmente não faço questão.
Sou apegada fielmente à pequenos detalhes, nuvens, corações, bolinhas, cores, formas, amores. Tudo o que me convém. Ás vezes me dá uma vontade louca e repentina de passar batom vermelho, colocar o meu melhor vestido e sorrir. Sem razão. Compro coisas das quais não preciso, mas gosto de vê-las, gosto de olhar suas formas e lembrar que o mundo é bonito, que o mundo faz coisas bonitas. Que eu faço coisas bonitas, pintar, cantar, esmaltar, criar, escrever, imaginar, amar, sentir, ser grande em pequenos detalhes. Sei que meus olhos já não brilham como antes, mas ainda existem diamantes aqui dentro. Sei também que nunca fui a melhor aluna da classe, muito menos a queridinha da professora, que sou preguiçosa a maior parte do tempo, e a minha risada escandalosa sempre incomoda alguém que faz silêncio do outro lado da rua. Todos os defeitos em mim, eu sei.
Talvez essa seja quem realmente sou, vestindo 46, G, brigadeiro de pistache, macarrão, fã incansável de Foo fighters, embalagens fofas, Lua, cabelo preto, vestidos florais, sapatos vermelhos, asas pretas, fotografia, tempestade, inverno, cobertor, filme, lembranças, olhos intensos, amigos-irmãos, Pietro e Ana Júlia, irrevogavelmente apaixonada pelo papai urso, canecas, esmaltes, rosas coloridas, presente e futuro, imaginação, apreciadora do incomum, empatia, paz, amor e fé, e cheia de defeitos. No mais clichê que a expressão possa ser, a imperfeição é perfeita e ninguém me entende tão bem quanto eu.

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