segunda-feira, 9 de julho de 2012
Passos.
Sinto que a cada passo dado, o passado fica mais distante. Mas isso não me faz deixar de sentir falta de certas pessoas, momentos. Isso é sobre quem fui, o que vi, quem vi, como vivi. Eu vivi. As coisas eram simples, bonitas. Nossos pés crescem e começam a pesar, e no momento em que não se consegue mais tirar os pés do chão, seja por medo de voar ou até mesmo de tentar, vem a frustração. Era tão bom ser leve. Os pés quase nunca sabem o caminho, mas sabem que precisam seguir alguma direção. Eles caem, entortam, erram, mas não voltam. Andar pra trás não faz sentido. Uma hora eles acabam achando seu rumo e simplesmente seguem, deixando pessoas, momentos e sonhos pra trás. Mas quem sempre diz por onde devo ir é o meu coração. Razão nunca funcionou bem comigo. Sei que não posso dar meia volta e voltar, mas o pensamento não me impede de refazer cada caminho trilhado por mim, faço, refaço e me faço em pedaços de saudade. Alguns mudaram de direção, completamente contrária a minha. Isso dói, mas vai passar. Outros nunca caminharam comigo, perceber isso me fez crescer muito. Ninguém é feliz se não tiver alguém. Eu escolhi a solidão de caminhar à dois. Talvez eu nunca mais tire os pés do chão e não será por medo, mas porque cresci, cresci tanto que não faz sentido voar se posso dar longos passos até o caminho que eu escolhi trilhar. Sem medo, sem saudade, sem pressa, sem peso. Eu quero ser leve nas minhas escolhas daqui pra frente. Caminhando sempre em frente.
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