domingo, 15 de janeiro de 2012

Sobre a eternidade.

É um sonho, só pode ser. Abro os meus olhos e continuo sonhando, mas é real. Fecho os olhos e você continua dentro daquela proteção invisível na qual ninguém pode tocar. Você é a minha mente e sei que estou repetindo palavras as quais você já conhece bem. O clichê é verdadeiro, não há de mudar.
Escutei cada passo seu até o portão, tremia por dentro. Escutei cada passo meu até o portão, e quando abri não acreditei no que vi. Eu vi o meu sonho, bem ali, diante dos meus olhos, de novo. Abraça teu sonho e sonha mais, foi o que fiz. Quase chorando, de saudade, de amor, de luta, de vitória, de não conseguir te encarar nos primeiros minutos. Eu sorria sem entender, te olhava e não acreditava que pudesse ser real, porque era exatamente o contrário, era surreal.
Uma coisa é certa, o tempo passou, o jogo virou, a saudade aumentou, mas nada entre nós mudou, somos exatamente os mesmos de antes. Você continua sorrindo pra mim daquela mesma maneira e isso me deixa imensamente feliz. Apenas os detalhes mudaram, você cortou o cabelo, deixou a barba crescer, está mais forte, mais alto. Deixei o cabelo crescer, engordei, fiquei mais amarela, mais brava, mais sincera. São tantas coisas que não nos dizem absolutamente nada. Continuamos intensos no olhar, no beijo, no abraço, no sorriso, nas brincadeiras, no cheiro, na pele, na saudade, no amor. Intensidade, é isso que nos define.
Agora a vida parece mais fácil, posso segurar a sua mão e andar na chuva sem medo do amanhã, eu vivo pela certeza de saber que é eterno desde o dia em que tudo isso começou.
A espera vale a pena quando o sonho foi feito pra se realizar.
Quer saber o que é eternidade pra mim?

Eternidade é ficar um dia longe de você.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Tem coisas que não cabem em uma folhinha de papel.


Nunca vesti 38, aos dezessete ainda tento me equilibrar em salto alto, não leio revistas de moda tampouco matérias sobre dieta, prefiro suco de laranja gelado ao invés de vinhos caros e antigos, há coisas que eu realmente não faço questão.
Sou apegada fielmente à pequenos detalhes, nuvens, corações, bolinhas, cores, formas, amores. Tudo o que me convém. Ás vezes me dá uma vontade louca e repentina de passar batom vermelho, colocar o meu melhor vestido e sorrir. Sem razão. Compro coisas das quais não preciso, mas gosto de vê-las, gosto de olhar suas formas e lembrar que o mundo é bonito, que o mundo faz coisas bonitas. Que eu faço coisas bonitas, pintar, cantar, esmaltar, criar, escrever, imaginar, amar, sentir, ser grande em pequenos detalhes. Sei que meus olhos já não brilham como antes, mas ainda existem diamantes aqui dentro. Sei também que nunca fui a melhor aluna da classe, muito menos a queridinha da professora, que sou preguiçosa a maior parte do tempo, e a minha risada escandalosa sempre incomoda alguém que faz silêncio do outro lado da rua. Todos os defeitos em mim, eu sei.
Talvez essa seja quem realmente sou, vestindo 46, G, brigadeiro de pistache, macarrão, fã incansável de Foo fighters, embalagens fofas, Lua, cabelo preto, vestidos florais, sapatos vermelhos, asas pretas, fotografia, tempestade, inverno, cobertor, filme, lembranças, olhos intensos, amigos-irmãos, Pietro e Ana Júlia, irrevogavelmente apaixonada pelo papai urso, canecas, esmaltes, rosas coloridas, presente e futuro, imaginação, apreciadora do incomum, empatia, paz, amor e fé, e cheia de defeitos. No mais clichê que a expressão possa ser, a imperfeição é perfeita e ninguém me entende tão bem quanto eu.