sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Um sentido de 1 hora.

Uma noite qualquer, um lugar rotineiro e pensamentos em desvaneio.
Sentada no banco, olhando as pessoas rirem e tentando imaginar o que havia por trás daqueles sorrisos e conversas tão entusiasmadas. Pensando em como sentia falta de sorrir de verdade, ou melhor, de ter motivos para isso.
Foi quando aquele cara interrompeu meus pensamentos.
- Ei, você pode por favor, me dar um espaço nesse banco?
- Sem problemas!
Ele sentou-se ao meu lado e por incrível que pareça, não fomos estranhos um para o outro.
Após cinco minutos de conversa, eu já sabia que ele havia acabado de se separar, foram onze anos de alegrias, tristezas, contas pra pagar e às vezes falta de dinheiro, filhos e finais de semanas planejados, e agora, tudo havia se perdido, quebrado, chegado ao fim.
Naquela conversa não havia má intenção para comigo, o que existia ali era um desejo enorme de tirar aquela dor de dentro do coração, e talvez os meus ouvidos tenham ajudado em algo. Talvez.
A conversa não durou muito, só o suficiente para me fazer ver o quanto amar pode ser bom e ruim ao mesmo tempo, o quanto o amor é complicado, e que quem ama verdadeiramente, luta até o final sem desistir, sem cair, sem pedir divórcio diante de uma tempestade, como havia sido o caso daqueles olhos tristes que encontrei.
Naquele momento, durante exatos sessenta minutos, eu aprendi mais do que em uma vida inteira de tentativas, finalmente percebi que o tempo é precioso e que gastá-lo com pessoas erradas te faz perceber o quanto é importante ter a pessoa certa ao seu lado.

Lembro como se fosse hoje.

Um comentário:

  1. Certamente, Lua, esse negócio de "se divertir com os errados" enquanto não se encontra o certo é superbalela. Com a pessoa errada não há nem diversão, apenas um aturdimento, uma fuga hipócrita. Tudão de bom é guardar vida e munição para o amor que merece o nome. :-) Beijos, querida, e sucesso!

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